Como na brincadeira do “telefone sem fio”, algumas notícias começam de um jeito no Facebook e terminam em outro. Estavam rolando postagens e comentários na rede sobre uma inteligência artificial criada pelo próprio Facebook que teria ficado tão inteligente que precisou ser desativada. Ela teria criado um idioma próprio que nem mesmo os programadores seriam capazes de entender. Mas não foi bem assim.
A IA realmente teve que ser modificada e, sim, criou uma linguagem própria (o que já não é novidade no meio de inteligências artificiais) mas ao invés de ficar muito inteligente ela acabou ficou muito… burra. Ela foi se desviando do comportamento previsto, e forçou o Facebook a modificar seus testes para colocá-la novamente nos trilhos e recomeçar os experimentos.
Toda essa confusão foi esclarecida pelo professor Dhruv Batra, da Georgia Tech, autor do estudo que serviu como base para todo o caso. Ele explica que os agentes envolvidos na ação às vezes encontram formas não intuitivas para o pensamento humano para maximizar sua recompensa. Quando isso acontece, o pesquisador pode analisar e alterar os parâmetros do experimento para aproximar a inteligência artificial novamente da forma como o pensamento humano funciona.
Esse desvio acontece porque a inteligência artificial, por mais que tente se aproximar da forma humana de raciocinar, não funciona do mesmo jeito que um cérebro humano. Pode acontecer de o algoritmo encontrar atalhos que não necessariamente são produtivos para realizar a tarefa, mas que dão resultados dentro do sistema em que estão. Ele dá um jeitinho que não é o mais esperto e nem o mais claro, mas cumpre o que deveria ser feito.
Agora os pesquisadores podem usar esse comportamento de base para futuras melhorias e para otimizar a forma de “pensar” da inteligência artificial. Então pode ficar tranquilo, não foi dessa vez que viramos reféns da tecnologia como nos filmes do cinema.